### Investigação Antitruste da Microsoft: Repercussões e Acusações de Vazamento de Informações
Recentemente, a Microsoft solicitou ao inspetor geral da Comissão Federal de Comércio (FTC) uma investigação sobre possíveis vazamentos de informações relacionadas à sua investigação antitruste. A demanda para que os detalhes sejam tornados públicos foi encaminhada após o surgimento de notícias sobre a investigação, que foram inicialmente reportadas pela Bloomberg e confirmadas pelo The Verge. Essa investigação abrange áreas críticas da Microsoft, como seus setores de nuvem, licenciamento de software, inteligência artificial e cibersegurança.
A vice-presidente corporativa e conselheira geral adjunta da Microsoft, Rima Alaily, acusou a administração da FTC de ter vazado informações sobre a investigação, em violação às diretrizes éticas do próprio órgão. As diretrizes da FTC estipulam que “a existência de uma investigação da FTC é informação não pública”. Contudo, a agência pode divulgá-la, desde que se determine que a parte investigada já a fez pública através de comunicados à imprensa ou documentos governamentais. No entanto, as diretrizes também afirmam que a Comissão tem autoridade para fazer “divulgações apropriadas” quando considera que isso seria do interesse público.
Na carta, Alaily argumenta que as informações e fontes citadas na reportagem da Bloomberg “sugerem fortemente” que os detalhes foram extraídos de dentro da FTC. Ela destaca que a revelação parece seguir uma tendência preocupante observada nos últimos dois anos, onde houve um aumento considerável no volume de “divulgações não autorizadas” de informações confidenciais à imprensa, conforme relatado por um relatório do inspetor geral da FTC.
A Microsoft afirma ter tomado conhecimento da demanda de informações da FTC “como o resto do mundo, através da reportagem da Bloomberg”. Alaily menciona que, ao questionar a equipe da FTC sobre a veracidade da história, não obteve confirmação sobre a existência da demanda, e ainda não teve acesso a qualquer notificação que tenha sido reportada pela imprensa.
Esse incidente reflete a postura mais agressiva adotada pela Microsoft em relação à fiscalização antitruste nos últimos meses. Em outubro, Alaily também acusou a Google em um post de blog de ter criado um grupo para “desacreditar a Microsoft perante as autoridades de concorrência e formuladores de políticas, além de enganar o público”.
Nos últimos anos, a Microsoft tem se mantido relativamente fora do radar em relação a ações antitruste, enquanto seus concorrentes no setor de tecnologia enfrentavam diversas queixas de reguladores nos EUA. Contudo, a empresa tem visto um aumento na atenção regulatória, tanto nos Estados Unidos quanto na Europa, devido a questões significativas de cibersegurança, sua aquisição da Activision Blizzard, e sua parceria com a OpenAI.
A consequência de qualquer investigação existente dependerá, em última análise, de como os oficiais da nova administração de Trump abordarão a questão. Este cenário levanta preocupações sobre como a dinâmica entre o governo e as grandes tecnologias poderá evoluir e impactar o mercado e a inovação tecnológica. O incidente não apenas destaca as tensões entre a Microsoft e os reguladores, mas também sublinha a importância de manter a confidencialidade em investigações antitruste, fundamental para a integridade do processo regulatório.