quarta-feira, janeiro 8, 2025

Astrônomos se perguntam se galáxias estão caindo neste buraco negro gigante

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O Telescópio Espacial Hubble capturou imagens impressionantes e detalhadas de um quasar, revelando estranhos e não identificados objetos que cercam esse extraordinário fenômeno cósmico. Os quasars, abreviação de “objetos quase estelares”, são os núcleos brilhantes de galáxias do início do universo. Esses objetos extremamente distantes, que aparecem como estrelas no céu, na verdade emitem luz poderosa proveniente de buracos negros supermassivos que consomem matéria.

O Hubble, uma colaboração entre a NASA e a Agência Espacial Europeia, focou no quasar 3C 273, situado a cerca de 2,5 bilhões de anos-luz da Terra. As descobertas feitas em torno desse quasar são tão impressionantes que prometem desencadear novas pesquisas nos próximos anos. “Meus colegas estão animados, porque nunca viram um nível de detalhe tão elevado antes,” afirmou Bin Ren, astrônomo da Université Côte d’Azur, na França.

De acordo com o artigo publicado por Ren e sua equipe na revista Astronomy & Astrophysics, esses objetos enigmáticos foram descritos, de forma menos formal, como “bolhas”. Além de diversas bolhas, os pesquisadores também observaram uma estrutura misteriosa em forma de “L”. As observações foram divulgadas pelo Instituto de Ciência Telescópica Espacial de Baltimore, que gerencia tanto o Hubble quanto o Telescópio Espacial James Webb.

A pergunta que surge é: o que esses objetos poderiam ser? Cientistas sugerem que alguns deles poderiam ser pequenas galáxias em órbita prestes a serem engolidas pelo buraco negro central que alimenta o quasar. Todos os objetos identificados estão localizados dentro de 16.000 anos-luz do buraco negro. Contudo, essa explicação permanece uma hipótese até que observações adicionais possam ser feitas, possivelmente com o Telescópio Webb, que é especializado em captar luz em comprimentos de onda infravermelhos.

Os buracos negros continuam a ser um dos fenômenos mais enigmáticos do cosmos. Enquanto planetas e estrelas possuem superfícies, os buracos negros não têm tal característica; em vez disso, eles são definidos por um limite conhecido como “horizonte de eventos”, um ponto de não retorno. Assim que algo se aproxima demais, fica preso na intensa gravidade do buraco negro. Como os buracos negros supermassivos se formam é ainda um mistério para os astrofísicos, que acreditam que esses gigantes invisíveis estão presentes no centro da maioria das galáxias. Observações recentes do Hubble sugerem que eles podem se originar em núcleos densos de galáxias em explosão estelar, onde novas estrelas são formadas rapidamente.

O quasar 3C 273, descoberto em 1963 pelo astrônomo Maarten Schmidt, é notável por sua luminosidade equivalente a 4 trilhões de sóis, ou cem vezes mais brilhante do que toda a Via Láctea. “Para o Hubble, olhar para o quasar 3C 273 é como encarar os faróis ofuscantes de um carro e tentar ver uma formiga ao seu redor,” explicou o Instituto de Ciência Telescópica Espacial.

Para conseguir enxergar os detalhes ao redor do quasar, a equipe de pesquisa utilizou um coronógrafo, um instrumento do Hubble que bloqueia a intensa luz do quasar, similar ao que ocorre em um eclipse solar. Isso possibilitou que os cientistas investigassem a área ao redor do buraco negro com um nível de detalhe oito vezes maior do que anteriormente. Além dos objetos enigmáticos, os pesquisadores também conseguiram observar um jato de material que se estende por 300.000 anos-luz, oriundo do buraco negro. As descobertas mostraram algo que pode parecer contraditório: quanto mais longe o jato se afastava do buraco negro, mais rápido ele se movia.

De acordo com especialistas, esses novos dados obtidos pelo Hubble podem ajudar a responder perguntas fundamentais sobre a formação e evolução de estruturas cósmicas. Com a capacidade do Telescópio Webb para observar em comprimentos de onda infravermelhos, espera-se que novas observações ajudem a desvendar os mistérios que ainda envolvem os quasars e os buracos negros, iluminando aspectos cruciais sobre a evolução do universo.

Os quasars são mais do que apenas objetos de interesse acadêmico; eles são testemunhos de um passado distante e nos oferecem uma janela única para compreender os processos que moldaram a estrutura do cosmos. À medida que a tecnologia avança e novas missões espaciais são lançadas, as expectativas em torno dessas investigações aumentam, prometendo respostas que revolucionarão nosso entendimento acerca do universo.

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