Uso das Redes Sociais por Adolescentes e seu Reflexo na Saúde Mental: Novos Dados e Perspectivas de Especialistas
O uso das redes sociais entre os adolescentes é um tema recorrente nas notícias e nos debates sobre saúde mental. Um novo estudo do Pew Research Center revela que quase metade dos adolescentes americanos está “quase constantemente” conectada à internet. De acordo com o estudo “Teens, Social Media, and Technology 2024”, divulgado recentemente, cerca de 46% dos jovens entre 13 e 17 anos afirmam que estão online quase o tempo todo. Este índice, embora tenha se mantido estável em relação a 2022 e 2023, representa um aumento significativo de 24% em comparação a uma década atrás. Além disso, quase todos os adolescentes (96%) afirmam acessar a internet diariamente, um reflexo da penetração generalizada de smartphones nesse grupo etário, com 95% afirmando ter um dispositivo.
Este levantamento foi realizado por meio de uma pesquisa online envolvendo 1.391 adolescentes nos Estados Unidos e seus pais, conduzida entre setembro e outubro deste ano. O Pew também analisou quais plataformas são mais utilizadas pelos adolescentes e a frequência de acesso. Aproximadamente 16% dos adolescentes disseram que estão “quase constantemente” no TikTok, 15% no YouTube, 13% no Snapchat, 12% no Instagram e apenas 3% no Facebook. Apesar de Facebook ser o menos visitado, ele ainda se destaca como uma das cinco principais plataformas, com 20% dos adolescentes acessando pelo menos uma vez ao dia.
O YouTube se destacou como a plataforma mais popular entre os adolescentes, com 73% dos jovens afirmando que a utilizam diariamente. O TikTok segue em segundo lugar, com 57% dos adolescentes acessando pelo menos uma vez ao dia, enquanto cerca de metade dos jovens acessa Instagram e/ou Snapchat na mesma frequência. Nas análises de gênero, a pesquisa revelou que mais meninas usam Instagram e TikTok, enquanto os meninos tendem a utilizar YouTube em maior proporção.
A preocupação com o impacto das redes sociais na saúde mental dos adolescentes vem crescendo, especialmente à luz de descobertas recentes. Em setembro, o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) confirmaram a existência de uma correlação entre o uso de redes sociais e o aumento nas dificuldades de saúde mental entre os jovens. Especialistas em saúde mental, como a psicóloga Drª Maria Silva, enfatizam que o uso excessivo de redes sociais pode levar a problemas como ansiedade, depressão e uma distorção da autopercepção. “Os adolescentes costumam comparar suas vidas com as dos influenciadores ou até mesmo entre si nas redes, o que pode gerar sentimentos de inadequação e isolamento”, explica.
Ademais, a Austrália implementou uma das leis de redes sociais mais rigorosas, que proíbe usuários menores de 16 anos de utilizarem essas plataformas, em um esforço para proteger a saúde mental dos jovens. Essa medida sinaliza uma crescente conscientização global sobre a necessidade de regulamentação do uso de redes sociais por adolescentes.
O fenômeno da presença constante nas redes sociais levantou questões sobre o equilíbrio no uso da tecnologia. Muitos especialistas recomendam que os pais e educadores promovam o diálogo sobre o uso consciente da internet, orientando os adolescentes a estabelecer limites saudáveis e a priorizar atividades offline.
Em suma, enquanto os adolescentes continuam a navegar pelo espaço digital, é vital que haja uma consciência coletiva sobre os desafios que acompanham essa era de conectividade constante. A pesquisa do Pew Research Center não só lança luz sobre os padrões de uso, mas também nos lembra da responsabilidade que todos nós temos em zelar pelo bem-estar da próxima geração.