**Incidente Alarmante: O Petroleiro Eagle S e o Risco aos Cabos Submarinos da Finlândia**
Em janeiro, o petroleiro Eagle S foi avistado ancorado próximo ao porto de Kilpilahti, na cidade de Porvoo, na costa do Golfo da Finlândia. Recentemente, a Finlândia alertou sobre os perigos potenciais associados a este navio, que é vinculado à Rússia, afirmando que ele estava prestes a causar danos significativos a seus cabos submarinos.
O presidente finlandês, Alexander Stubb, revelou que a intervenção das autoridades aconteceu cerca de 12 minutos antes que uma catástrofe se desenrolasse. “Se tivéssemos esperado mais um pouco, o estrago teria sido muito maior do que os quatro cabos básicos danificados”, declarou Stubb durante uma cúpula da NATO focada na região Báltica, realizada em Helsinque nesta semana.
**A Ação Rápida que Impediu um Desastre Maior**
O Eagle S foi apreendido no final de dezembro, enquanto as investigações se concentravam em danos recentes à Estlink-2, uma das principais linhas de energia que conectam os países baltecos. Além da Estlink-2, quatro cabos de dados também foram severamente danificados. As autoridades finlandesas acusaram a tripulação do petroleiro de tentar sabotar esses cabos ao arrastar a âncora por grandes distâncias no fundo do mar.
Risto Lohi, chefe da investigação e do Escritório Nacional de Investigação da Finlândia, afirmou à Reuters que o Eagle S provavelmente também haveria tentado danificar a Estlink-1, caso a polícia não tivesse abordado o navio. “Havia um risco iminente de que outros cabos ou estruturas críticas de infraestrutura subaquática fossem afetados”, enfatizou Lohi.
**Um Novo Fronte na Segurança Submarina**
Durante a cúpula, Stubb destacou a importância do sistema de segurança de sua nação para proteger os cabos submarinos, que começa com a empresa privada encarregada da manutenção. “Se um cabo for cortado, a empresa informa as autoridades que, por sua vez, tentam localizar navios nas proximidades”, explicou. Ele detalhou que, em circunstâncias normais, após a identificação da embarcação, um processo de abordagem seria iniciado.
Contudo, mudanças estão a caminho. Os membros europeus da NATO anunciaram a implementação de um novo programa, chamado “Baltic Sentry”, que visa a patrulha conjunta das infraestruturas na região do Mar Báltico. O secretário-geral da NATO, Mark Rutte, informou que o programa incluirá a utilização de fragatas, aeronaves marítimas e “uma pequena frota de drones navais”.
**Desafios Persistentes na Proteção da Infraestrutura Subaquática**
Este incidente é particularmente significativo para a União Europeia, que há anos suspeita que a Rússia esteja tentando causar danos clandestinos em suas infraestruturas subaquáticas. No ano passado, dois cabos de fibra óptica que ligam a Finlândia à Alemanha foram cortados, aumentando as preocupações sobre a segurança desses sistemas críticos.
Apesar de o Eagle S estar registrado nas Ilhas Cook, as autoridades europeias ligam sua operação à Rússia, uma vez que o navio transportava 35.000 toneladas de gasolina sem chumbo carregadas em portos russos. A embarcação é considerada parte de uma “frota sombra” russa, composta por navios com proprietários registrados fora da Rússia que transportam petróleo russo sob sanção. O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, negou qualquer envolvimento em ações de sabotagem e não respondeu a solicitações de comentários da mídia.
Este evento ressalta a necessidade premente de uma resposta coletiva e eficaz à segurança das infraestruturas críticas, refletindo a crescente complexidade das relações geopolíticas contemporâneas. A proteção de cabos submarinos se torna, portanto, um símbolo da luta mais ampla pela segurança e soberania no contexto europeu.