**Deezer Bloqueia 10.000 Músicas Falsas Geradas por IA Diariamente**
**Resumo**
A Deezer, plataforma de streaming, adotou uma inovadora ferramenta que identifica cerca de 10.000 músicas geradas por inteligência artificial (IA) a cada dia. Embora os detalhes sobre seu funcionamento ainda sejam um mistério, a empresa garante que essa tecnologia “isolada” essas faixas, prevenindo a monetização indevida e protegendo a integridade do serviço. Além disso, a Deezer planeja aprimorar seu sistema para detectar vozes geradas por IA e excluir esses conteúdos de suas recomendações.
**Um Desafio Crescente**
A disseminação de conteúdos gerados por inteligência artificial não se limita a notícias falsas; ela também ameaça a autenticidade das plataformas de streaming musical. A Deezer, consciente desse cenário, desenvolveu uma solução para combater a inundação de músicas fraudulentas, recebendo impressionantes 10.000 novas faixas geradas por IA todos os dias.
Dada a magnitude desse desafio, é inviável que cada uma dessas músicas seja revisada manualmente. Por isso, a ferramenta automatizada se torna uma peça-chave nesse processo. A tecnologia já está em funcionamento, fruto de um desenvolvimento que perdura há um ano, e em dezembro de 2024, a Deezer pediu o registro de duas patentes para reforçar essa inovação.
**Uma Questão de Impacto**
O impacto dessas músicas geradas por IA é significativo: elas representam cerca de 10% dos uploads diários na plataforma. Embora a empresa não revele como a tecnologia realiza a identificação, ela tem a capacidade de reconhecer faixas criadas por renomados modelos de IA generativa, como Suno e Udio.
Em entrevista ao Tecnoblog, a Deezer informou que as músicas detectadas não são removidas, mas “isoladas”, perdendo a possibilidade de monetização. Os resultados, segundo a empresa, têm sido encorajadores:
“Atualmente, estamos empenhados em aumentar a transparência no ecossistema musical, tanto para criadores quanto para ouvintes, à medida que a IA continua a impactar este setor.”
**Por Que Isso é Preocupante?**
Músicas geradas por IA trazem à tona sérios desafios legais e criativos. Muitas delas podem se basear em obras de artistas legítimos, infringindo, assim, leis de direitos autorais. Além disso, há o risco de que essas faixas sejam criadas com a intenção de gerar receita indevida para as plataformas, sem beneficiar os verdadeiros criadores.
Outro ponto relevante é que essas produções podem “poluir” os catálogos de streaming, tornando mais complexa a descoberta e apreciação de músicas de artistas autênticos. Mesmo que a maioria dessas faixas nunca chegue a ser ouvida, elas podem comprometer a diversidade e a qualidade do conteúdo disponível.
**Um Problema da Indústria**
A Deezer enfatiza que essa é uma questão que afeta não apenas sua plataforma, mas toda a indústria musical. Um estudo da CISAC, em parceria com a PMP Strategy, sugere que até 2028, cerca de 25% da receita dos artistas legítimos pode ser ameaçada pela proliferação de conteúdos gerados por IA.
A empresa afirma com firmeza que continuará investindo em tecnologias para identificar e neutralizar esses conteúdos. Um dos próximos passos é o desenvolvimento de um sistema que possa detectar deepfakes de voz e incluir um mecanismo de marcação para conteúdos completamente gerados por IA, evitando que eles apareçam nas recomendações.
**Reflexão Futura**
“A IA generativa pode trazer benefícios ao processo criativo e ao consumo musical, mas seu uso precisa ser guiado pela responsabilidade, assegurando a proteção dos direitos dos artistas e compostores”, afirma Alexis Lanternier, CEO da Deezer.
Num cenário em evolução rápida, a Deezer posiciona-se como uma guardiã da autenticidade musical, buscando um equilíbrio saudável entre inovação e integridade artística. Com compromissos como esse, a plataforma demonstra a importância de proteger a essência da música em meio aos avanços da tecnologia.