Usuários do LinkedIn Premium estão se mobilizando contra a plataforma, alegando que ela estaria utilizando suas mensagens pessoais para fins de treinamento de modelos de inteligência artificial, compartilhando tais informações com empresas. Essa situação culminou em uma ação judicial nos Estados Unidos, conforme noticiado pela BBC News.
Segundo a reportagem, em agosto do ano passado, o LinkedIn, propriedade da Microsoft, implementou de maneira sigilosa uma nova configuração de privacidade que permitia o uso de dados pessoais por terceiros para a formação de IA. Apenas um mês depois, a rede social atualizou sua política de privacidade, revelando que os dados poderiam ser utilizados para o desenvolvimento de modelos de inteligência artificial, sem mencionar que já havia compartilhado mensagens privadas com empresas.
### A Ação Judicial
O processo judicial, que é analisado por um tribunal federal na Califórnia, foi movido em nome de um usuário do LinkedIn Premium e abrange outros indivíduos que se sentem prejudicados pela suposta prática da plataforma. Os demandantes solicitam uma indenização de US$ 1.000 (equivalente a aproximadamente R$ 5,9 mil) por usuário, com base em alegações de violação da Lei Federal de Comunicações Armazenadas dos EUA. Além disso, o processo menciona quebra de contrato e concorrência desleal conforme a legislação da Califórnia, embora não especifique valores para essas acusações.
As afirmações contidas na ação sugerem que o LinkedIn tem adotado um comportamento que demonstra um padrão de ocultação. “As ações do LinkedIn… evidenciam uma intenção de encobrir suas práticas”, afirma o documento judicial. Os advogados ressaltam que a empresa estava plenamente ciente de suas violações contratuais e das falhas em proteger as informações privadas dos usuários, procurando, assim, evitar uma maior atenção pública sobre o caso.
Em resposta, um porta-voz do LinkedIn declarou que as alegações são “falsas e infundadas”.
### Inovações em IA e Impressão do Mercado
Em meio a essa controvérsia, o LinkedIn tem implementado diversas ferramentas com o auxílio de inteligência artificial, que incluem funcionalidades voltadas para a criação de conteúdo no feed e para o recrutamento de potenciais candidatos. A plataforma, que possui mais de um bilhão de usuários globalmente — incluindo cerca de 25% apenas nos Estados Unidos —, reportou uma receita de US$ 1,7 bilhão (aproximadamente R$ 10,1 bilhões) proveniente de assinaturas premium em 2023.
A situação levanta questões significativas sobre privacidade e uso de dados na era digital, evidenciando a necessidade de discussões profundas sobre como as empresas devem tratar as informações pessoais de seus usuários.